A historiografia tradicional sobre a Segunda Guerra Mundial costuma considerar Hitler, Mussolini e as Forças Armadas japonesas como as causas do conflito. Em Sangue e ruínas, o célebre historiador Richard Overy propõe uma nova abordagem para o período, reformulando suas origens e consequências e entendendo esses atores como frutos de um cenário mais amplo.
O autor defende que essa foi na verdade a “grande guerra imperial” ― o resultado violento de quase um século de expansão global que atingiu seu auge na década de 1930 e no início da década de 1940, se tornaria a maior e mais custosa guerra da história humana e culminaria com o fim, em 1945, de todos os impérios territoriais. Ao longo de todo o volume, desvela-se a maneira como o conflito foi viabilizado, financiado e moralmente justificado, além do custo alto para os envolvidos e do grau excepcional de crime e atrocidade do período ― tão mortal para os civis quanto para os militares.